Lançamento do livro “Os Botões da Batina” – Waldir José Rampinelli

27/11/2021

Em um misto de O seminarista e O Ateneu, Rampinelli traz para o século XXI as suas anotações memoriais e a sua mitologia particular com as lembranças mais significativas dos anos do seminário Nossa Senhora de Guadalupe no sul de Santa Catarina. Como fio condutor, ele recupera em todos os momentos o menino ou o adolescente e, mesmo preso pelas convenções da segunda metade do século XX e primeiras décadas do século XXI, em espaços mais públicos e politizados, faz um documento sobre a pedagogia da opressão desses internatos. Tudo isto é perpassado pela capacidade do imaginário no processo de recordação de cenas e fatos de uma infância nem risonha, nem franca e – ainda bem – que os anos não trazem mais.

Tânia Ramos, no Prólogo

Como não aplaudir quando um historiador e autor consagrado, como o é Waldir José Rampinelli, pende para o lado da literatura, impregnada de memorialística. Não, ele não abandonou a realidade e passou apenas a inventar, simplesmente evoluiu, avançou rumo ao romance histórico, no qual a narrativa ficcional vai se relacionando com os fatos e, neste livro, com sua história de vida. Como historiador, rigorosamente continua a se amparar em fontes escritas – cartas, documentos, jornais, livros… – e não escritas – objetos arqueológicos e modernos, imagens, filmes, obras de arte… -, persegue a verdade, para explicar por que e como tudo vai acontecendo. E o escritor, sobre o qual aqui me detenho, narra o cotidiano, o detalhe, e seus personagens emergem de sua vivência, se emocionam, sonham, sofrem e têm prazeres; forma e conteúdo se entrelaçam na natureza humana. Muitas das coisas que precisava dizer, aqui foram ditas. No seminário, o padre está nu.

Nelson Rolim de Moura, editor

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