Juarez na Biblioteca

25/09/2021 até 5/03/2022

Muitas pessoas conhecem Juarez Machado apenas como o famoso pintor que expõe, com sucesso, suas obras em museus e galerias de todo o mundo. Outras talvez ainda tenham na lembrança a imagem de seu personagem – o mímico non-sense à maneira de Marcel Marceau – que nos encantava nas noites de domingo no programa Fantástico da Rede Globo na década de 1970.

Mas Juarez Machado, joinvilense nascido em 1941, que vive e mantém há 35 anos o seu ateliê no charmoso quartier de Montmartre na Cidade Luz de Paris, é artista multimídia muito antes desse termo virar cult.

Esse ilustre senhor, que em 2021 está celebrando 80 anos de idade e quase o mesmo tempo de arte (guarda ainda seus desenhos que criou aos três anos de vida), fez – e ainda faz – muito mais: desenhos de humor, charges e cartuns em jornais e revistas; cenários e figurinos para teatro, cinema, shows musicais e programas televisivos; esculturas em bronze; painéis cerâmicos; projetos urbanísticos e arquitetônicos em obras públicas; fotografias; colagens; criação de joias; móveis; selos ; estampas para tecidos; confecções; objetos lúdicos e interativos; trabalhos de terapia em grupos de criatividade; gravuras; cartazes; ilustrações e capas de livros e discos…

É essa pequena, mas significativa célula – capas de livros e discos – do amplo universo criativo do artista que estamos mostrando pela primeira vez de forma organizada em “Juarez na Biblioteca”.

Durante o período pandêmico da quarentena que ainda nos assola a todos, iniciamos uma aprofundada pesquisa sobre a trajetória do artista para a curadoria, a convite do MON-Museu Oscar Niemeyer, da exposição “Juarez Machado: Volta ao Mundo em 80 Anos” a ser realizada em 2022 em Curitiba. Entre milhares de documentos, cartas, fotografias, esboços, objetos, impressos, e obras em geral, acessamos centenas de catálogos, álbuns, cadernos, folhetos e livros criados com as estampas, telas e desenhos do Juarez.  

Conseguimos selecionar, numa primeira etapa, cerca de 100 exemplares que foram reproduzidos fotograficamente e agora estão em exposição ao público nesta biblioteca do Instituto Internacional Juarez Machado. Capas de discos de vinil de estrelas da MPB e capas de livros editados, publicados e distribuídos em países como França, Alemanha, Itália, Portugal, Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Brasil e outros.

Suas experiências gráficas tiveram início aos 14 anos de idade, quando produzia ilustrações para os Almanaques do Laboratório Catarinense em seu primeiro emprego. Foi pioneiro no Brasil ao criar, no ano de 1970, o livro sem palavras intitulado “Limite”, editado pela Francisco Alves, e logo após, premiado no Japão como “Melhor Livro Infantil” por duas obras primas, “Ida e Volta” e “Domingo de Manhã”.

No livro, a criação artística de Juarez Machado se multiplica nas mãos de cada leitor, em qualquer canto do planeta, e a linguagem da comunicação visual se democratiza entre os apreciadores de sua arte. O Instituto Internacional Juarez Machado organiza este recorte conceitual, ocupando o espaço expositivo da Biblioteca, visando contextualizar Arte & Literatura. 

Edson Busch Machado

Curador

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