ARTE E FILOSOFIA
Horacio Cacciabue é um dos grandes nomes da pintura figurativa contemporânea de Buenos Aires, Argentina. “El Índio”, como é conhecido pelos portenhos, se autodefine pintor, amante do cinema e diletante em filosofia. Também é lembrado por sua vivência boêmia.
Em seu universo ficcional e pictórico estão as orquestras de jazz e de tango, as bailarinas e músicos que compartilham carnavais dionisíacos ou soturnos encontros. Ao lado desses personagens convivem ardentes mulheres desnudas. As cores, em tinta acrílica sobre tela, são intensas, luminosas, contrastantes, presentes nos ambientes interiores dos bares, cafés noturnos e ringues de luta.
Cacciabue circula soberano pelas ruelas e avenidas de Buenos Aires carregando suas crenças na arte, nos prazeres da vida, e nas inúmeras amizades conquistadas sem diferenças sociais. Expõe sua obra em âmbito municipal e federal como o Centro Cultural Recoleta, o Museu de Arte Contemporânea de La Plata, Espaço San Martin, Museu Yrurtia e galerias no país e exterior. Recebeu prêmios na Inglaterra e na China.
Convidado pelo Instituto Internacional Juarez Machado a expor em nosso país, Horacio Cacciabue cedeu 20 obras produzidas em épocas passadas, que hoje integram coleções particulares, incluindo a série jazzística e a série erótica confiando a organização a dois curadores, Guillermo Torres da Argentina e Edson Machado do Brasil.
À esta coleção, pela primeira vez reunida em exposição em território brasileiro, Horacio nominou “Ser y Tiempo”. Foi sua inquietação diante dos destinos do ser e do estar que o levam a aprofundar-se nos estudos filosóficos, e a conferir à exposição o mesmo título da obra mais importante do filósofo alemão Martin Heidegger, “ Ser e o Tempo”.
“Não é na essência das coisas que devemos procurar sua explicação ou interpretação, mas na existência das mesmas”, é o seu pensamento. “Ser y Tiempo”, as pinturas de Horacio Cacciabue buscam traduzir essa temporalidade na qual o ser transcende.
Curadores: Edson Busch Machado e Guillermo Torres.
